Polêmica no portal da segurança
Chefe de Polícia Civil é contra acesso de policiais militares ao banco de dados da instituição. Reação desagradou secretário
Rio - A contestação do chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, sobre o acesso de policiais militares e federais ao banco de dados da instituição está criando desconforto na cúpula da Segurança Pública. A integração dos dados está prevista no decreto 41.786, assinado pelo governador Sergio Cabral e publicado no Diário Oficial de 2 de abril.
A criação do Portal da Segurança “permitirá, com adequado nível de segurança, acesso simultâneo às diferentes bases de dados do Estado do Rio de Janeiro que forem a ele integradas”, informa o texto. Em 90 dias serão definidos os critérios de autorização das senhas. Os policiais que respondem a procedimento administrativo ou possuam anotação criminal não terão acesso.
A Secretaria de Segurança informou que a medida serve para atender a exigência do Comitê Olímpico Internacional, que estará no Rio este mês para reuniões sobre a candidatura da cidade para a Olimpíada de 2016.
Gilberto Ribeiro e outros delegados ficaram revoltados com a possibilidade de abrir os dados. Um dos motivos é a investigação sobre as milícias — qualquer policial que tenha acesso à senha poderá acompanhar o andamento de um inquérito policial. Além disso, consultará dados pessoais, como endereço, data de nascimento, CPF, nomes de parentes, registros de ocorrência e consulta de mandados de prisão.
Outro episódio na Polícia Civil que desagradou ao secretário José Mariano Beltrame foi a utilização, por parte do delegado Tarcísio Jansen, lotado no Departamento de Polícia Especializada (DPE), do e-mail funcional para convocar delegados a uma assembleia, hoje, dia da eleição do novo presidente do Sindicato dos Delegados. No texto, Jansen diz que a situação salarial da categoria é “insustentável” e convoca os colegas a dar uma “demonstração de união e força”, além de afirmar ter o apoio do DPE e do DPC (unidades da Capital).
O diretor do DPE, Allan Turnowski, disse que Jansen errou ao usar o e-mail funcional para esse fim e que ele não está autorizado a falar por qualquer departamento.
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