quinta-feira, 17 de outubro de 2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013

UOL adota procedimento usado por presidiários para vender serviços

Minha mãe tem 74 anos e recebeu uma cobrança da UOL, por meio da empresa Way Back. Fiquei intrigado e liguei para o SAC do UOL, lá fui informado que ela tem uma dívida com a empresa, por um tal serviço adquirido em 7/3/13, as 18h43, por meio de uma ligação telefônica, “autorizada pela confirmação de dados”.

Mais uma vez questionei que ela não solicitou nada, serviço nenhum e que não deu o número telefônico para que ninguém a procurasse a fim de vender qualquer coisa. Mesmo assim eles insistem em que a dívida está ativa e o procedimento deles é correto.

Agora pergunto: é correto alguém ligar no fim da tarde, para uma senhora de 74 anos, oferecer serviços UOL (provedor de acesso a internet) cheio de vantagens e fazê-la aceitar, seja lá o que foi oferecido, pela simples confirmação de dados? Esse serviço foi entregue? Ela nunca usou e nem tampouco sabe o que comprou. Qual a diferença de tal atitude da UOL para aquelas ligações que recebemos de presidiários relatando falsos sequestros? Será que a UOL precisa disso?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A festa acabou. Vamos de quatro rodas (6/6)

de 25 a 31/05/2013 - Fim

Acabou a festa é hora de nos despedirmos das motos. Dá um certo aperto no coração, após muitas milhas sobre ela a gente cria intimidade e até chama de “minha”. Lembro que quando pegamos as motos, eram diversos modelos e combinamos de trocar entre nós, para experimentar todas. Não sei ao certo, mas acho que ninguém trocou com ninguém, todos ficaram fieis às suas motos. Ainda faltavam algumas milhas, mas era hora da despedida. Retornamos a Los Angeles, devolvemos as motos e seguimos com uma Ford Van de 15 lugares, com o último banco retirado, para levarmos bagagem.
Em frente ao Teatro Chines, na calçada da fama
Já sem motos e apertados na Van, fomos conhecer Hollywood Boulevard, um lugar lotado, cheio de lojas (olha elas de novo) e poucos atrativos. Localizada em uma grande avenida, a tal calçada da fama se alonga por diversos quarteirões, os principais nomes, gravados na calçada, estão localizados na região central da rua, onde situam-se o museu da Madame Tussaud, o Hard Rock Café e o Teatro Chinês, várias pessoas se fantasiam de super heróis ou de personagens de cinema e cobram cinco dólares para pousar para uma foto. Muito tosco. Subimos na Van e partimos para Long Beach, lá mora um amigo que nos ajudou muito, além de dar ótimas dicas de roteiro, ainda serviu como base de apoio em Los Angeles. Alguns fizeram compras pela internet e mandaram entregar no endereço dele. Antes de seguir para San Diego passamos por lá para nos despedir e para pegar a muamba adquirida virtualmente. Os caras saíram do prédio empurrando um daqueles carrinhos de carregador de hotel, lotado até tampa. Abriram as portas de carga da Van e empilharam uma infinidade de caixas até completar o espaço do bagageiro. Todos assistiram àquela cena espantados. Ao final do dia, já no hotel, percebemos que não havia motivo para preocupação, as compras feitas on line são entregues pelo correio e via de regra, vêm embaladas com muita proteção conferindo ao produto um volume exagerado. Quase tudo aquilo coube numa pequena mala.

Marcelos (B e O), eu e Maurício

Em San Diego ficamos dois dias, de certa forma foi um alívio, me senti menos nômade, dormir duas noites na mesma cama, não parece, mas é bom. A noite de San Diego é agitadíssima, são diversas ruas, com bares, restaurantes e baladas, que a exemplo de Santa Monica não cobram entrada. As pessoas transitam entre elas num vai e vem frenético deixando as ruas muito movimentadas. Para ir de um bar a outro existe um serviço de “pedicab”, uma espécie de “riquixá” chinês - um triciclo movido a pedal com capacidade para quatro passageiros mais o piloto, que normalmente é uma moça de cochas bem grossas. Estava muito frio e os “pedicabs” ofereciam um cobertor para aquecer os passageiros. Não nos utilizamos do serviço, estávamos de Van, mas vimos eles nos ultrapassar no trânsito caótico do boêmio bairro de Gaslamp. Da pra imaginar que para estacionar também não seria fácil, imaginem uma Van. Depois de rodar por algumas ruas resolvemos procurar um estacionamento onde coubesse nosso veículo. Encontramos, mas nos custou 20 dólares.

Ficamos Duplo X
É bom poder beber sem compromisso, em quatro rodas e com um motorista abstêmio. O Rodrigo, como já disse em posts anteriores, é atleta e não bebe, foi o motorista da vez. O problema dele é que tem cara de jovem e, todo bar que tentava entrar, tinha de mostrar documento. Teve um que o barrou por não portar Passaporte. Engraçado, ele pode dirigir pelo país inteiro com a CNH brasileira, mas não pode entrar no bar, vai se entender esses caras. Acho que sabiam que ele não daria lucro, mas dançaram se ele não entrou, nós também não.

No dia seguinte repetimos a dose, já conhecíamos os bares e escolhemos com propriedade. Como não dirigiríamos no dia seguinte a noite foi longa.
No sábado fomos ao Wallmart comprar “provisões”, estávamos de moto e com roupas cotadas, não tínhamos como carregar nas motos. Foi o festival da cueca, compramos aos montes, as velhas foram pro lixo. O Wallmart é impressionante, quem não conhece se assusta. Lá se encontra de tudo, de tudo mesmo. É praticamente um shopping, tem de módulos eletrônicos para automóveis, luvas especiais para montaria à agulhas de costura, passamos horas lá dentro. Fomos também a um out-let e sabe como é? Novamente baixou a 25 de março na rapaziada.
Impressionante a capacidade de carga dessa Ford Van


Logo pela manha a Van já estava repleta de bolsas e malas. Agora rodaríamos 600 quilômetros até o Estado do Texas, passando por Temecula e chegaríamos em Kingsman, cidade próxima ao Grand Canyon . Era domingo de feriado, Memorial Day e quase tudo estava fechado, de certa forma foi bom, não perdemos muito tempo e pegamos o contra fluxo do trânsito. A estrada era um tédio. Retas infindáveis cruzando o deserto, de um lado nada, do outro também. Cheguei a achar bom não ter feito aquele caminho de moto, seria muito monótono. Depois de algumas horas de estrada, apesar de estarmos no meio do deserto, víamos no sentido contrário carros puxando barcos enormes, aos montes. Aquilo nos intrigou, não víamos a possibilidade de água à frente, de onde viriam aquelas lanchas? Numa das paradas para abastecer a Van, esticar as pernas e tomar um Milk Shake perguntei ao balconista, que me disse que o Rio Colorado passava por ali formando grandes baias. Daí a grande farra náutica no meio do deserto, o Rio Colorado. Essa região também é famosa pela proximidade com a Rota 66, a estrada em que estávamos corre paralela a ela, as cidadezinhas ao longo a exploram comercialmente, em toda parada que fizemos havia uma infinidade de produtos com a “grife” Rute 66. Uma das paradas foi na própria 66. Que uma decepção! É uma estradinha estreita, de asfalto bem acabado, lembra até a velha Pedro Taxi, na Praia Grande dos áureos tempos. Fizemos algumas fotos, e seguimos para nosso destino.

Dambar, em Kingsman, bar ao estilo easy rider
Kingsman tem um clima de Hot Road no ar, o velho repaginado. A entrada da cidade tem alguns barracões de madeira e uma grande caixa d´água, coma aquelas de filmes dos anos 70, aliás, é aquilo mesmo, tem até alguns saloons pelo caminho. Escolhemos um bem legal, o Dambar. Almoçamos e iniciamos os trabalhos, eu estava cansado e fui dormir, mas o pessoal ficou por lá enxugando tudo que veio pela frente.

Na manhã seguinte partimos para o Skywalk, uma passarela sobre o Grand Canyon. É uma espécie de ponte de vidro em formato de ferradura, que se estende por cerca de 20 metros da margem do Grand Canyon. Lá de cima da pra ver o Rio Colorado há mais de um quilometro de nossos pés. As paredes e o chão são feitos de um vidro muito espesso e transparente que temos a sensação de estar andando nas nuvens. Alguns tiveram medo. Essa obra é motivo de conflito desde sua construção, a comunidade indígena Hualapai, proprietária da reserva onde se situa o Grand Canyon, briga contra a empresa que construiu a passarela pelo controle da atração, já os rancheiros proprietários das terras no entorno da reserva indígena cobram pelo acesso. Aliás, fomos vítimas desse imbróglio. No caminho até o Skywalk via-se placas indicando “Check Point”. Num determinado trecho da estrada havia uma barricada formada por algumas pessoas usando coletes vermelhos e um sujeito de uniforme bege, montado à cavalo, portando um revólver na cinta e uma estrela no peito. Paramos e fomos abordados por um rapaz, que nos cobrou 20 dólares por pessoa para passarmos por ali.
Sujeito armado na barreira para subir ao Grand Canyon
Achamos muito caro, pensamos até em dizer que éramos em número menor, os vidros da Van eram escuros e ele não podia nos ver. Fomos honestos pagamos por nove. Ao chegarmos ao topo da montanha, no complexo turístico do Skywalk fomos informados que não precisaríamos ter pago aquele pedágio e que a cobrança não tinha nenhuma relação com a atração do Grand Canyon. O complexo é administrado hoje pelos índios Hualapai, o sujeito que nos atendeu era um deles, disse que seu povo é contra a cobrança e que ela atrapalha seus negócios. Decepcionados com o “chapéu” fomos ao caixa comprar ingressos, para ver o Grand Canyon. Mãos ao alto novamente. Havíamos nos informado e o valor do ingresso era de 33 dólares, porém lá no topo das terras Hualapai ficamos sabendo que não era possível comprar apenas a atração do Skywalk, era necessário adquirir um pacote turístico, que incluía, além da atração da passarela, transporte de ônibus pelo parque, visita às instalações indígenas (ocas), shows típicos da cultura Hualapai e claro uma infinidade de lojinhas. Choramos um pouco e os índios sensibilizados com nossa causa e em protesto contra os sitiantes, que nos cobraram pedágio, franquearam uma foto gratuitamente. Éramos nove e tivemos direito a uma foto. Para ter acesso a passarela de vidro é necessário calçar sobre os sapatos uma proteção, como aquelas usadas em áreas estéreis dos hospitais e passar por um raio-x. Durante o percurso um fotografo oficial faz fotos que serão vendidas na saída. Foi legal, mas não volto lá.
Ingressos para passar pela barreira dos rancheiros do Texas

Descemos a montanha de volta à estrada, o caminho era de terra, a Van não era a coisa mais estável do mundo e não se comportava bem naquele piso irregular e sinuoso, sem falar da poeira, acho que a última vez que choveu por ali foi quando o pagé Hualapai fez a dança da chuva no forte apache do cabo Rust. No caminho, apertados nos bancos da Van, íamos maldizendo os caras que nos cobraram 20 dólares por nada e combinamos de parar no Check Point para tentar reaver nosso dinheiro. Ao nos aproximarmos do local notamos uma movimentação atípica. De um lado umas cinco viaturas de polícia e alguns policiais em volta, do outro, uma série de índios segurando cartazes contra a cobrança de pedágio. O pessoal que nos cobrou, para passar por ali, estava num canto, próximo a uma Van com a porta de traz aberta. O sujeito armado que estava à cavalo havia sumido. Paramos e fomos conversar com o policial, acreditávamos que seria uma boa oportunidade de rever as doletas. Expusemos os fatos à autoridade, que disse também ser desfavorável a atitude dos sitiantes, porém o que eles faziam não era ilegal, mas também não era legal e que nada poderia fazer, estava ali apenas para manter a ordem e evitar conflito entre os índios e os rancheiros. Simbora pra Las Vegas, quem sabe recuperamos essa grana por lá?
O Riviera é famoso palo show Crazy Girls Revue Fantasia, em cartaz ha 20 anos. Não sei se as moças são as mesmas.
Nosso primeiro contato com Las Vegas foi a loja da Harley. Impressionante, a maior que já vi, os caras vende de tudo, tinha até apetrechos pra churrasco com a grifizinha da Harley. Ainda tem neguinho por ai falando em “espírito da Harley”, em fogueira do deserto... Os caras são os reis do marketing e tem uma infinidade de seguidores, é o mundo do faz de conta.
Do lado de fora desse hotel era noite
A exemplo do marketing da Harley em Las Vagas tudo é grande e nem tudo é o que parece ser. Aquilo é um grande cenário, se bobear você não sabe se é dia ou noite, alguns lugares são ambientados de forma contrária a natureza. Ao meio dia é possível ver a lua brilhando em um céu estrelado, à noite o sol brilha em céu de brigadeiro. Durante esses dias em que estive na terra do Tio San passei por várias cidades e por três estados, em nenhum lugar vi alguém bebendo na rua, portando uma garrafa ou sequer um copo na mão. Mas, em Las Vegas não é assim, logo no primeiro dia já pude observar as pessoas com garrafas, copos e até com um drink, acho que uma marguerita, servida dentro de um “vaso”, imitando a torre Elfel, de mais ou menos 40 cms de altura, que o pessoal tomava por um canudo, enquanto andava pelas ruas de um hotel para outro.

Cassino do Hotel Bellagio
Todo hotel tem um cassino em baixo. Um é maior e mais luxuoso que o outro, dentro dos cassinos há restaurantes, bares, shows, lojas e o que você quiser. É possível circular por eles sem que ninguém o perturbe ou pergunte aonde vai. É uma espécie de “Neverland” para adultos. Por falar nisso, a todo o momento se é abordado por “promoters” de casa de Streep, eles oferecem até limusine para levar o cliente até o cafofo. A história do casamento também é verídica, todo hotel tem uma capela onde se realizam casamentos, até no bar da Harley Davidson, na Las Vegas Blv, tem um altar decorado com flores, cadeira para convidados onde pombinhos motoqueiros unem-se em matrimonio.
Mário, Charles e Marcelo Bruçó
Nosso hotel era grande e decadente, o Riviera, deve ter tido seus dias de glória. Como tudo por lá é de gosto duvidoso, carpetes de cores berrantes, por toda a extensão proporcionando um cheirinho desagradável. Em outros, de primeira linha, a moda era decorar a recepção com um jardim gigante, tipo Alice no País das Maravilhas, algo me deu saudade do Joãozinho 30. Mas é muito divertido, lugares suntuosos frequentados por gente normal de bermuda e camiseta, a farra do pode tudo. A qualquer hora que se passasse por um cassino era possível ver gente jogando e cada figura...
Show de águas do hotel Bellagio
Depois de visitarmos alguns hotéis, assistir ao show das águas do Bellagio, tomar umas cervejas não me lembro onde, fomos jantar. Já era tarde e no dia seguinte iríamos ao out let, afinal seria o último dia e não teríamos mais de carregar malas, era hora das encomendas.

Acordamos cedo, lotamos a Van e lá fomos nós. Chagamos e o shopping ainda não havia aberto, aproveitamos para comer uma panquequinha enquanto esperávamos. A lanchonete estava lotada, tinha até fila. Nas lojas, a turma se dividiu, cada um foi cuidar de seus interesses, teríamos pouco tempo, marcamos um horário para voltar para a cidade a fim de almoçar e conhecer um pouco mais de Las Vegas. Já estava quase na hora marcada e eu ainda tinha uma lista enorme de pedidos a cumprir, durante o tempo em que fiquei com o pessoal acabei ajudando os colegas com o inglês. Quando negociava, com o vendedor, o preço que alguém queria pagar e o tamanho certo, outro me chamava para fazer alguma pergunta a quem o atendia e assim fui ficando, não consegui comprar tudo o que havia planejado. Na hora de voltar para o hotel acabei não indo e fiquei só no out let. Ai, consegui comprar quase tudo que faltava. Nos encontramos no Bar da Harley, na Las Vegas Blv, um bar temático, com uma enorme Fat Boy saindo pela fachada e motos circulando por uma esteira dentro do bar. Foram várias saideiras até finalmente voltarmos para o hotel. Seria nossa última noite, embarcaríamos de volta para o Brasil na manhã seguinte. Para entrar no hotel era necessário passar pelo cassino e por uma série de lojinhas, o Charles passou em uma delas pegou uma caixinha de cervejas, chamou o Marcelo e eu para irmos ao cassino jogar no caça níquel, 10 dólares cada um, tomar a cerveja e passar um tempinho, só para descontrair. Assim foi, tomamos a cerveja toda e já estávamos querendo que nosso crédito acabasse para ir embora, quando a garçonete veio com três cervejas e nos ofereceu, por conta do cassino. Ali ficamos até o credito acabar, se tivéssemos disposição e mais moedinhas ainda estaríamos lá tomando cerveja do cassino.
Atentem para a etiqueta do boné. Eu não esqueci, era presente

Dia de partir, foram necessários dois carrinhos para descer nossa bagagem, lotamos a Van. Eu fui até o aeroporto sentado sobre a mala de alguém. Estávamos preocupados com o volume de nossas malas, ao menos até chegarmos ao aeroporto, algumas pessoas levavam um volume tão grande que era difícil vê-las por trás dos carrinhos carregados, foi um alívio. O voo, mais uma vez um horror, a Web Jet é uma maravilha frente aos domésticos da AA. De Dalas até Miami foi um martírio, apenas água e aquele café e olha que são quatro horas de voo. Mas tudo era festa, nada tirava o humor da rapaziada, afinal deu tudo certo e até o que não deu foi bom. Embarcamos para São Paulo em mais voo apertado, mas nesse serviram vinho e deu para dormir bastante.

A festa foi ótima, só resta agradecer a todos, Maurício, Marcelo, Charles, Marcelo Oliveira, Rodrigo, Mário, Sergio, Luiz Mauro e ao Murilo, que não pode estar presente conosco, mas foi lembrado a cada momento. OBRIGADO.


Clique para ver as fotos maiores
Totem na loja de aluguel de motos


Paidagem de Kingston, aos pés do Grand Canyon



A Van que nos carregou

Estradinha para o Skywalk, no Grand Canyon

Acima da foto, a esquerda o Skywalk




O menino tava com sede

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Despedindo da Highway One (5/6)

24/05/2013 - Quinto dia ...


Dormimos feito anjos, se é que anjo dorme, o meu quase não dormiu nessa viagem, por que dormir em dólar não compensa. Cedinho todos em pé. Assim como o hotel, o café da manhã estava ótimo, conheci uma máquina de panqueca que me encantou, era um trambolho de aço inox, de mais ou menos 40 cms, com um adesivo bem colorido, de panquecas com aquela calda melada escorrendo, cobrindo sua frente. Havia um botão que ao ser pressionado liberava uma esteira rotativa, dentro da geringonça e numa das extremidades expelia uma panqueca quentinha, feita na hora. Sucesso geral, em cada prato havia uma panqueca. O problema não era a panqueca e sim a calda, foi tema de discussão: do que será que é feito isso? Eu já estava até gostando do café dos caras, quando se mistura o creme fica bom. Comemos, nos lambuzamos da calda e fomos pra estrada.
Passeio turístico em Santa Barbara

Desviamos um pouco do litoral e seguimos por estradas urbanas onde era possível desenvolver maior velocidade, o sol ardia, meu capacete era aberto e a essa altura o nariz estava tão vermelho quanto ao da rena do papai Noel. Fui socorrido pelo Sergio, sujeito branquinho que tinha sempre à mão um tubo de protetor solar, não fosse ele estaria ardendo até agora. Rapidamente chegamos a Santa Barbara, cidade maior, mas ainda com ares de recanto. Essa lembrava Floripa, no caminho vi vários bares, equipados com lounges, próprios para tomar vinho. Claro, a região é produtora e tudo gira em torno disso. Um charme, não fosse tão cedo teria parado para ver qual que era. Seguimos pelas ruas da cidadezinha observando cada canto, o caminho terminava no mar e, pela primeira vez nessa jornada, vi uma praia parecida com as nossas, calçadão, jardim com palmeiras, grande faixa de areia e alguns banhistas quarando ao sol. Mas, o ponto nevrálgico do local era adivinhem quem? O Pier. Esse mais sofisticado que os demais, podíamos subir de caro ou moto, havia estacionamento e uma série de bares, restaurantes e lojinhas, claro. Lá de cima viam-se as praias a orla, tudo muito bem arrumado, limpo e até cheiroso. Não havia muita gente, mas para uma sexta feira às 13h até que o movimento era grande. Como já havia passado do meio dia, sentamos num daqueles bares de set cinematográficos, pedimos um vinho, algo para beliscar e fizemos parte da paisagem. Mas, foi caro.
Pier de Santa Barbara, bares e restaurantes sofisticados


Na ocasião, inclusive, aproveitamos pra comemorar o que poderia ter sido um acidente e não foi. Mais uma vez a perspicácia e malemolência do pessoal da ZN falou alto. Na estrada estávamos filmando com uma dessas câmeras, Go Pro, usadas em esportes de ação. Eu tinha uma delas presa a minha moto e conforme seguíamos íamos captando nosso grupo e a paisagem. Num determinado momento o Sergio se aproximou de mim, para mostrar uma paisagem boa para gravar, ele ficou a minha direita, um pouco para traz. Então, eu diminui a velocidade e me aproximei dele para tentar ouvi-lo, creio que ele não esperava minha aproximação e saiu rapidamente para a direita em direção ao acostamento, porém a pista não tinha acostamento. Mas a “malandragem” dos caras mais uma vez se fez presente, uma vez no mato ele manteve a calma, não usou o breque, controlou a moto, voltou a estrada e seguimos viagem. Grande linguiça!
Neptune's Net: point de Malibi

Voltamos para Big Sur, estávamos de novo seguindo a orla do Pacífico, e como é bom sentir a brisa gelada no rosto aquecido pelo sol. Entramos na área de Malibu, já era possível ver surfistas nas pequenas praias pelo caminho. Apesar do sol forte a temperatura era fria e ventava muito aumentando a sensação térmica, os surfistas pegavam ondas vestidos com neoprenes, para aquecê-los. Nós, improvisávamos nas motos, mas a cada parada era um tal de tira tudo...


Chegamos ao Neptune's Net, restaurante de beira da estrada, com ambiente bem informal, ponto de encontro de descolados da costa oeste, é comum ver entre surfistas e motoqueiros gente famosa e destaques do high society da gringolândia, não vimos ninguém ao menos que eu conhecesse. Paramos nossas motos à frente do restaurante, que devido ao grande número de motoqueiros que passa por ali, reserva uma área específica para estacionarmos nossas máquinas. Acho que nessa viagem não passei um dia sem hambúrguer, eu e meu companheiro Rodrigo, mandamos ver na iguaria. Apesar da especialidade do restaurante ser frutos do mar, que a maioria comeu, eu e o Rodrigo fomos fieis ao “Doble Chesseburguer”. Estava ótimo. Todos abastecidos seguimos viagem. Alguns quilômetros, já próximo ao centro de Malibu, uma barraca de frutas chamou a atenção de alguém do grupo, que se encontrava no fim da formação, fez um sinal aos demais e voltou até lá, dois ou três seguiram com ele, os demais pararam num dos mirantes da estrada e aguardaram. Minutos depois eles voltaram com algumas caixas com enormes morangos e cerejas doces como nunca vi. Rolou em piquenique ali mesmo. O que não conseguimos consumir ali levamos para próximo o hotel a fim de compor o Drink do Verão daquela noite.
Lá não se beb nas praias, que chato.

O caminho nos levava a Santa Monica, nosso próximo destino. A via cortava agora a área urbana de Malibu, passamos por alguns balneários e voltamos para estrada novamente. O hotel de Santa Monica era uma espécie de flet, meu apartamento tinha até churrasqueira. Houve uma ameaça de organização de um churrasco, mas foi abandonad
Super banda em Santa Mônica
a devido a complexidade da empreitada. Pagamos um taxi e fomos para o centro de Santa Monica.
Santa Monica foi unanimidade, Agradou a todos, apesar de ficarmos pouco tempo e termos saído do hotel só à noite para jantar, deu pra conhecer um pouco da cidade, que tem a vida noturna das grandes metrópoles. Próximo a um calçadão que termina num enorme shopping, com lojas das principais grifes do mundo, tem uma infinidade de bares, restaurante e pubs, todos lotados. Escolhemos um pubezinho, com mesas na calçada e demos inicio aos trabalhos. A essa altura eu já tinha preferência por algumas cervejas e comecei com a IPA da Firestone, pedimos umas asinhas de frango temperadas com muita pimenta, fato que aumentou a sede da rapaziada. Por trás das mesinhas onde estávamos, voltada para o interior do bar, havia uma enorme janela que funcionava como balcão, mas devido a estarmos ocupando a área toda o balcão ficou inutilizado. De repente, percebemos uma movimentação lá dentro, próxima a janela, era uma banda se preparando para tocar. Demos sorte, literalmente sentamos na janelinha. Os caras trouxeram teclado, bateria, baixo, guitarra, trompete, trombone e mais umas figuras que nem sei o que faziam e uma criola, gordinha, que no microfone mandava ver um repertório variado, do rock aos clássicos do funk, uma maravilha! Sabe quanto pagamos por isso? Nada, apenas o que comemos e bebemos.

Um dos molhores botecos da viagem, em Santa Mônica
Santa Monica é o termino da célebre Rota 66, que sai de Chicago, atravessa nove estados e termina em Santa Monica, são 3.755 Km.  O Sr. Google me disse que ao longo dela surgiu o conceito do fast food, a primeira loja do Mac Donalds, em São Bernardino e o primeiro drive thru, do Red’s Giant Hamburgs in Springfield, Missouri.

No dia seguinte fomos para San Diego, mas antes passamos em Los Angeles, onde devolvemos as motos, pagamos uma Van e fomos por os pés na calçada da fama.

A Saga continua.


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