segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mais uma de Veja e essa é caçapa cantada

Escritório de advogados diz que Veja é versão tupiniquim de tablóide inglês

Nota à imprensa

A revista Veja perpetrou uma série de atos atentatórios ao regular exercício profissional do escritório Tessele & Madalena – Advogados Associados, numa atabalhoada tentativa de invasão de domicilio ao apartamento 1606 do Hotel Naoum, locado para uso privativo do nosso escritório, na qual o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, se utilizando de ardis e subterfúgios, passou-se por seu hóspede, para fins da retirada de objetos pessoais daquela unidade.

O caso já é objeto de apuração pela Polícia Civil do Distrito Federal (Ocorrência 4658/2011-0), que investiga também se a revista Veja foi a responsável pela instalação de equipamentos de espionagem nas dependências do prédio. Posteriormente, para adentrar nas dependências do nosso escritório, dito jornalista fez-se passar por assessor do prefeito de Varginha/MG.

Mantemos com o escritório Oliveira e Silva e Ribeiro Advogados, de São Paulo, desde dezembro de 2007, um acordo de cooperação técnica, regularmente registrado no Conselho da OAB/DF, e que prevê, dentre outras obrigações, o uso comum de instalações, estrutura, logística, recursos humanos e técnicos, aos advogados associados a ambos escritórios, em trânsito em São Paulo e Brasília. A suíte que a Veja tentou violar está alugada desde setembro de 2010, para Tessele & Madalena – Advogados Associados e faz parte desse rol de utilidades disponíveis aos advogados, quando em trânsito em Brasília.

Trata-se de uma relação legal e transparente. Não existe nada de misterioso ou suspeito, como insinua a revista. Já os métodos empregados pela Veja, que, neste episódio, abandonou todos os critérios jornalísticos e se enveredou em uma operação típica de polícia política privada, atropelam os preceitos básicos do Estado Democrático de Direito.

Com relação ao caso Boris Berezovski, o sócio Hélio Madalena repele qualquer insinuação ou vínculo com tais fatos e buscará na esfera judicial a recomposição da verdade.

A revista Veja se escuda nos fundamentos legítimos da liberdade de imprensa para atacar e difamar aqueles que elege como seus adversários políticos. A versão tupiniquim do tablóide News of the World, do empresário Rupert Murdoch, que pratica um jornalismo de teses independente dos fatos, se superou nesse episódio na medida em que lançou mão de práticas, que, esperamos, sejam severamente condenadas pela Justiça.

Tessele & Madalena – Advog

Protestos contra Ricardo Teixeira ganham os estádios brasileiros

Manifestantes protestam contra Ricardo Teixeira durante rodada do campeonato brasileiro deste final de semanda - 18/19 de agosto

Gana por lucro faz do carro brasileiro o mais caro do mundo

Sabem como é. Quando se junta um grupo de homens o assunto sempre gira em torno de mulher, futebol e automóvel (não necessariamente nessa ordem). Em recente reunião com amigos, entre um copo e outro falávamos sobre automóveis. A rodada do futebol estava em andamento, portanto ainda não sabíamos os resultados e nossas mulheres estavam por perto só nos restou esse assunto. Para dar uma temperada no papo alguém lembrou que nossos carros têm preços altos devido à sanha arrecadadora o governo. Pronto! Foi o ponto que faltava para aquecer o tema, vieram comparações destaques para impostos cobrados em outros países, em fim um monte de chute, a regra do “eu acho” imperou. Obviamente o assunto terminou como começou. Sem conclusão nenhuma.

Lembrei de um texto do Joel Leite, dono da agência Auto Informa, que depois de realizar uma pesquisa sobre preços de automóveis publicou um artigo muito interessante e revelador sobre o tema, onde expõe a ganância por lucro da indústria automotiva brasileira, que reduz os custos com o aumento da produção, espreme os fornecedores, vê o governo reduzir imposto, como fez durante a crise, as vendas explodirem e o Brasil se tornar o quarto maior mercado do mundo, mas os preços continuam os mesmos.

Veja a baixo a íntegra do texto de Joel Leite.



Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo

O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.

A carga tributária caiu

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Carro

1997

2010

Motor 1.0

26,2% de impostos

27,1% de impostos

Até 100hp (ou 2.0)

34,8% gasolina

30,4% gasolina

32,5% álcool

29,2% álcool

Acima 2.0

36,9% gasolina

36,4% gasolina

34,8% a álcool

33,8% álcool

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?

A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.

O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coréia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.

Questionada, a empresa enviou nova explicação:

As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.

Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam a falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.

City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback

Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.

E porque o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.

Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.

Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale.

O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.

Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.

A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou

Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.

Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.

Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.

São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?

A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. Opreço unitário foi de R$ 19 mil!

As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.

Míni no tamanho, big no preço

Míni, Fiat 500, Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.

Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Míni Cooper?

A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.

Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.

A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.

E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que a Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.

Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.

Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A idéia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

Joel Leite

domingo, 28 de agosto de 2011

São-pulinos protestam contra Ricardo Teixiera em Santos

Na Vila, torcida do São Paulo faz manifestação contra R.Teixeira

Os torcedores são-paulinos que compareceram ao Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, em Santos, fizeram manifestações contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, na tarde deste domingo. O time da capital encara a equipe da casa em clássico válido pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No protesto, os são-paulinos armaram-se com cerca de 400 faixas pedindo a saída do dirigente do comando da confederação. O protesto foi organizado por diversas torcidas organizadas, que usarão a rodada de clássicos deste domingo no torneio nacional para atingir a cúpula do futebol brasileiro.
"É uma maneira de atingirmos a CBF de forma pacífica. Acho válida a manifestação e espero que todas as outras torcidas também tenham aderido", afirmou Murilo Braga, torcedor de uma das organizadas do São Paulo presentes na Vila Belmiro. No clássico, o São Paulo virou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0, com belo gol de Lucas.

Ditadura no futebol II: Não deu certo o povo protestou

Após ameaças, protestos anti-Teixeira ocorrem em Santa Catarina

Presidente da FCF proibiu protestos. Justiça Federal concedeu liminar

Apesar de Delfim Pádua, presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), ameaçar que manifestações contra Ricardo Teixeira seriam reprimidas em Santa Catarina, torcedores de Figueirense e Avaí puderam se manifestar livremente.

Amparados por uma liminar concedida pela Justiça Federal de Santa Catarina, faixas anti-Teixeira foram exibidas no Estádio Orlando Scarpelli, local do clássico entre Figueirense e Avaí.

Os protestos aconteceram em praticamente todos os estádios que receberam jogos da última rodada do primeiro turno do Brasileiro. A ação foi coordenada pela Confederação Nacional das Torcidas Organizadas (Conatorg).

De acordo com Wildner Paula Rocha, presidente da entidade, esta foi apenas a primeira de uma série de manifestações contra a permanência de Teixeira no comando da CBF.

Fonte: http://spfc.net

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ditadura no futebol

Federação Catarinense proíbe protestos contra Ricardo Teixeira durante jogo

Entidade diz que não vai tolerar ofensas no clássico entre Figueirense e Avaí

  • A Federação Catarinense de Futebol (FCF) anunciou nesta quinta-feira, por meio de nota publicada em seu site oficial, que não tolerará protestos contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no clássico de domingo, entre Figueirense e Avaí, no Orlando Scarpelli. Organizados via internet, torcedores de diversos clubes do País prometem uma série de manifestações contrárias ao mandatário do futebol brasileiro na rodada de clássicos do Brasileirão, neste final de semana.



    Foto: João Havelange e Delfim Pádua Peixoto Filho ( Presidente da Federação Catarinense de Futebol )


    A FCF, se dizendo respaldada também pelas posturas adotadas pelos presidentes de Avaí e Figueirense, que "se mostraram absolutamente contrários a este tipo de atitude por parte de seus torcedores", ressalta que qualquer manifestação contrária a Ricardo Teixeira se configuraria numa infração ao artigo 13-A, inciso IV do Estatuto do Torcedor. Ali se lê que, para ter acesso e permanecer em um recinto esportivo, não é permitido ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenofóbico. As críticas a Teixeira se caracterizariam como ofensas.

    Desta forma, a Federação Catarinense lembra que o não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implica a proibição de ingresso do torcedor no estádio ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do estádio. Deixa claro que o torcedor que protestar contra Teixeira poderá ser expulso do Orlando Scarpelli.

    A FCF ainda reafirma o apoio a Ricardo Teixeira, "que sempre foi um amigo e deu suporte ao futebol catarinense", usando como argumento um trecho da Constituição Federal que diz que "ninguém será considerado culpado até o transito em julgado ter sentença penal condenatória".

  • Publicado em www.spfc.net

    terça-feira, 16 de agosto de 2011

    Em MS, Exército leiloa sucatas de Harley Davidson com lances a partir de R$ 200

    18° Batalhão Logístico de Campo Grande leiloará nesta quinta-feira (18), a partir das 14h, um lote com 34 viaturas militares camufladas entre motos Harley Davidson, jipes, carros, microônibus e sucatas, com lances que variam entre R$ 200 até R$ 10.000.

    Os veículos não sucateados podem circular pelas ruas após a troca de emplacamento. O quartel militar está aberto desde a manhã desta terça-feira (16) até amanhã (17) das 9h às 11h e das 14h às 16h.

    O site canal de leilões tem os detalhes de cada viatura, foto e o valor inicial de cada lance. Uma moto da marca Harley Davidson, por exemplo, que era utilizada pela Polícia do Exército, tem como lance inicial o valor de R$ 5.000.

    Uma viatura tipo Jeep Rádio Montez, de 1995, tem lance inicial de R$ 6.000 e uma moto Honda ano 1983 tem lance de R$ 200.

    Evelin Araujo | Midia max


    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Mulher põe cola no seu órgão genital para enganar o noivo e foi parar no hospital

    O ser humano é um bicho doido, quando você pensa que já viu de tudo aparece um maluco novo.

    Fonte: Informe Geral Itabuna

    Uma mulher de 22 anos, que mora na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), tomou uma atitude irresponsável, ao inserir cola dentro da vagina com a intenção de ludibriar o noivo, tentando se passar por virgem.
    Durante a relação sexual, o noivo não conseguiu consumar o ato e desconfiou que algo de errado estivesse acontecendo com a noiva, pois o órgão da garota estava completamente fechado. “Eu achei que ela tivesse algum tipo de problema”, disse o noivo da jovem.
    A descoberta de que a garota estaria com a vagina colada aconteceu quando ela própria resolveu revelar, ao se desesperar por não conseguir urinar. A jovem foi levada as pressas para o hospital, e atendida imediatamente pelos médicos de plantão de um hospital na zona sul do Rio, e passa bem. A vagina foi descolada.
    IPIAÚ HOJE :: Jornalismo Cidadão - http://www.ipiauhoje.com/v2 -

    quinta-feira, 11 de agosto de 2011

    Luz no fim do Túnel.

    Não é possível que tenhamos de encarar “Controlares”, “IPVAs”,” IPTUS” e muitos outros “Is”, para andar na linha e atender às determinações do DETRAN, CONTRAN e o diabo a 4, enquanto alguns rodam pelas cidades com seus veículos poluindo, quebrando nas grandes vias e atrapalhando o trânsito, nas piores horas do dia. Quando não entulham as ruas da metrópole estacionados em lugares ilegais, sem a menor preocupação com o próximo, com seus deveres e as obrigações do cidadão. É hora de coibir isso.

    O dado da matéria a baixo mostra que hoje mais de 100 motos são recolhidas por dia. Tem de tirar de circulação muito mais, vários condutores não tem habilitação e nem condição de obter uma. Cadê a lei seca? A prefeitura, em parceria com a PM, acerta em coibir a circulação de motos irregulares, mas tal fiscalização deveria se estender também para carros e caminhões, além de ter o apoio do governo do Estado. Provavelmente isso não resolveria todos os nossos problemas, mas seguramente aumentaria a segurança e a fluidez no trânsito.


    Cidade recolhe uma moto irregular a cada 15 minutos


    Apreensão em São Paulo quintuplicou em relação a 2010, após início de parceria

    Principais justificativas da PM para a disparada são intensificação das blitze e mais espaço para guardar veículos


    Folha de S. Paulo 11/8

    Daniel Marenco/Folhapress

    Motos apreendidas guardadas em pátio na zona leste de São Paulo

    ALENCAR IZIDORO
    DE SÃO PAULO

    A apreensão de motos irregulares quintuplicou na cidade de São Paulo neste ano.
    O cerco foi articulado há mais de seis meses entre prefeitura e Estado e, na prática, tem atenuado a expansão dos veículos em circulação nas ruas da capital paulista.
    A quantidade de motos retidas pela Polícia Militar por infrações diversas e removidas aos pátios do município saltou da média próxima de 20 por dia, em 2010, para quase cem por dia, em 2011 -equivalente a uma apreensão a cada 15 minutos.
    As principais justificativas da PM para a disparada são a intensificação das blitze voltadas para esses veículos e a abertura de novas vagas para guardar motos irregulares.
    Por falta de espaço para deixar tantas motocicletas, havia uma situação que só agravava a impunidade.
    Os policiais apreendiam motos só em casos mais graves. Nos mais simples (como atraso no licenciamento), era frequente aplicar multas e reter só o documento.
    "Muitas vezes a gente fazia a abordagem e ela era liberada por falta de vagas. Não tinha para onde levar a moto", diz Paulo Sérgio de Oliveira, capitão do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito).
    Para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o aumento de acidentes exigiu uma mudança mais rigorosa. Em 2010, houve um salto de 428 para 478 motociclistas mortos -e de 123 para 135 atropelamentos com mortes provocados por motos.
    Para a PM, o uso de motos em crimes foi o principal fator. "Fugir com moto é muito mais fácil", diz Oliveira.
    O número de motos na cidade subiu de 789 mil, em junho de 2009, para 904 mil, no mesmo mês deste ano -um aumento de 14,5%.

    ACORDO
    O acordo envolveu a liberação pela CET de um pátio exclusivo para motos na praça Alberto Lion, na divisa das regiões central e leste -e que, hoje, já está 80% ocupado.Segundo Alberto Reis, diretor da companhia, outro terreno na zona leste será utilizado nos próximos meses.A CET também decidiu contratar seis radares portáteis, que devem chegar neste semestre, para flagrar motos -que escapam de boa parte da fiscalização eletrônica.Da parte do Estado coube a fiscalização mais severa -que resultou na operação "cavalo de aço", na capital.O presidente do sindicato dos motoboys, Gilberto Almeida dos Santos, diz que a medida, ao focar os irregulares, tem a aprovação da categoria. "Só tem que ficar quem é regular e profissional."

    Pior do que tá não fica!

    Por incrível que pareça a melhor definição do que faz um deputado veio do palhaço Tiririca e, desta vez, não foi de brincadeira. Em entrevista a jornalista Mônica Bergamo , na Folha de 11/8, o deputado afirma que o congresso é uma fábrica de loucos. Na campanha ele dizia que não sabia o que os deputados faziam, prometia descobrir e contar, caso fosse eleito. E não é que ele cumpriu o prometido!

    Veja a baixo a íntegra da matéria:


    'A CÂMARA É UMA FÁBRICA DE LOUCOS'

    Lula Marques/Folhapress
    Tiririca (PR) na Câmara, sem bigode

    Oito meses depois de assumir o mandato, o palhaço Tiririca já sabe responder o que faz um deputado federal: "É uma pessoa que trabalha muito e produz muito pouco", diz. Isso porque a Câmara, na opinião dele, "é uma fábrica de loucos. Uma fábrica de loucos". Os parlamentares muitas vezes varam as madrugadas em discussões intermináveis em que "ninguém escuta ninguém". "Um deputado fala e nenhum presta atenção nele. Outro dia mesmo tinha um fazendo um discurso superbacana, sobre educação. Outro pediu a palavra. E reclamou: 'Já pedimos para instalarem tomadas novas aqui e não instalaram'. É uma coisa de louco."


    Tiririca fica sempre calado em seu lugar, observando. "Se eu fosse fazer uma comédia disso aqui, seria o maior sucesso. Mas eu nem posso. Porque faço parte daqui. E tem o decoro parlamentar." Ele não dá as declarações em tom de crítica. Apenas constata os fatos. "Tiririca tem razão. Mandou bem. Uma pessoa normal que assiste à sessão da Câmara pela primeira vez acha mesmo que é coisa de maluco", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).


    Eleito com 1,3 milhão de votos, a segunda maior votação da história para o cargo, Tiririca faz uma careta quando questionado sobre a possibilidade de concorrer à reeleição, em 2014. "Meus assessores dizem que todo mundo, no fim, gosta daqui, quer voltar. E que comigo vai ser assim também. Mas, por enquanto... não sei, não."


    A caminho do cafezinho da Câmara, onde lancharia um escondidinho de carne seca, Tiririca é parado a todo momento para dar autógrafos e tirar fotografias, até com outros deputados. Poucos reparam na novidade: ele tirou o bigode. "No fim de semana, eu tomei uns conhaques e fui fazer a barba. Aí meu filho disse: 'Olha, pai, teu bigode ficou torto!' Raspei o bigode."


    As pessoas entregam a ele CDs, cartas para encaminhar aos apresentadores Gugu Liberato, Tom Cavalcante e Ana Hickmann, seus colegas da TV Record, desenhos, livros de piadas. E fazem pedidos. Muitos pedidos. "O mais louco foi o de um cara que queria que eu entregasse uma música dele para o Julio Iglesias gravar. E nem era um CD. Era só um papel com a letra. Ele ficou uns cem dias me seguindo na Câmara." ? Tiririca recebe 200 pessoas por dia em seu gabinete. "Às vezes, temos que organizar numa fila", diz a assessora Edith Silva. Sempre grudada no deputado, atendendo o seu celular, pegando recado de parlamentares, alertando Tiririca quando jornalistas se aproximam, ela já ganhou até o apelido de "Florentina".


    "As pessoas me pedem cadeiras de rodas, emprego. E a gente encaminha. Outro dia uma senhora pediu medicamentos. Ligamos para o [hospital] Sarah [Kubitschek]. As pessoas sabem que, com um telefonema da gente, um abraço [o pedido é atendido]", diz Tiririca. "Isso é sensacional." O contato com "o povo", diz, é uma das coisas boas do mandato. "Nos meus shows, eu fico no palco, distante. Aqui, não. Todos me param no corredor."


    "E tem gente até do Sul que vem aqui só pra me ver", diz. "Torcem, rezam por mim. Uma senhora de 80 anos me disse: 'Cê já apanhou? Então agora você vai apanhar'. E bateu com força nas minhas costas, de tão emocionada."


    Ele diz que não foi atingido pelos escândalos de seu partido, o PR. "Graças a Deus, não respingou em mim, não. Também, entramos só agora! As pessoas sabem que não temos nada a ver com isso."

    sábado, 6 de agosto de 2011

    Ex-detentos erguerão o estádio do Itaquerão

    Isso é quase nepotismo, presidiários construindo o Itaquerão é piada pronta.

    EDUARDO OHATA

    DO PAINEL FC - Folha de S. Paulo

    Ex-presidiários erguerão o Itaquerão, estádio do Corinthians que será um dos palcos da Copa-2014. Autoridades de segurança pública de SP aprovaram, e os estágios iniciais de seleção já começaram no Parque São Jorge.

    A Folha obteve uma cópia do ofício da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania, órgão da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, ao clube.

    Funcionários da entidade produziram lista com os nomes de 240 ex-presos que já cumpriram pena e até de detentos em liberdade assistida, com endereços e informações necessárias caso eles sejam selecionados.

    "Essa é uma contrapartida social que o Corinthians e a Odebrecht darão à sociedade, por conta dos incentivos fiscais que estamos recebendo da prefeitura", diz André Luiz Oliveira, diretor administrativo do clube, em referência aos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento.

    "Quem for trabalhar como azulejista terá aulas [no Senai] para ser azulejista, e assim por diante. Eles [egressos] farão cursos para poder exercer suas funções", diz.

    Outras arenas da Copa vêm dando essa oportunidade. É o caso da Fonte Nova.

    "Fechamos convênio com o Ministério da Justiça e com a Secretaria de Justiça. Não é obrigatoriedade das arenas, é uma escolha dos gestores", diz Ney Campello, secretário estadual da Copa na Bahia.