segunda-feira, 10 de junho de 2013

Despedindo da Highway One (5/6)

24/05/2013 - Quinto dia ...


Dormimos feito anjos, se é que anjo dorme, o meu quase não dormiu nessa viagem, por que dormir em dólar não compensa. Cedinho todos em pé. Assim como o hotel, o café da manhã estava ótimo, conheci uma máquina de panqueca que me encantou, era um trambolho de aço inox, de mais ou menos 40 cms, com um adesivo bem colorido, de panquecas com aquela calda melada escorrendo, cobrindo sua frente. Havia um botão que ao ser pressionado liberava uma esteira rotativa, dentro da geringonça e numa das extremidades expelia uma panqueca quentinha, feita na hora. Sucesso geral, em cada prato havia uma panqueca. O problema não era a panqueca e sim a calda, foi tema de discussão: do que será que é feito isso? Eu já estava até gostando do café dos caras, quando se mistura o creme fica bom. Comemos, nos lambuzamos da calda e fomos pra estrada.
Passeio turístico em Santa Barbara

Desviamos um pouco do litoral e seguimos por estradas urbanas onde era possível desenvolver maior velocidade, o sol ardia, meu capacete era aberto e a essa altura o nariz estava tão vermelho quanto ao da rena do papai Noel. Fui socorrido pelo Sergio, sujeito branquinho que tinha sempre à mão um tubo de protetor solar, não fosse ele estaria ardendo até agora. Rapidamente chegamos a Santa Barbara, cidade maior, mas ainda com ares de recanto. Essa lembrava Floripa, no caminho vi vários bares, equipados com lounges, próprios para tomar vinho. Claro, a região é produtora e tudo gira em torno disso. Um charme, não fosse tão cedo teria parado para ver qual que era. Seguimos pelas ruas da cidadezinha observando cada canto, o caminho terminava no mar e, pela primeira vez nessa jornada, vi uma praia parecida com as nossas, calçadão, jardim com palmeiras, grande faixa de areia e alguns banhistas quarando ao sol. Mas, o ponto nevrálgico do local era adivinhem quem? O Pier. Esse mais sofisticado que os demais, podíamos subir de caro ou moto, havia estacionamento e uma série de bares, restaurantes e lojinhas, claro. Lá de cima viam-se as praias a orla, tudo muito bem arrumado, limpo e até cheiroso. Não havia muita gente, mas para uma sexta feira às 13h até que o movimento era grande. Como já havia passado do meio dia, sentamos num daqueles bares de set cinematográficos, pedimos um vinho, algo para beliscar e fizemos parte da paisagem. Mas, foi caro.
Pier de Santa Barbara, bares e restaurantes sofisticados


Na ocasião, inclusive, aproveitamos pra comemorar o que poderia ter sido um acidente e não foi. Mais uma vez a perspicácia e malemolência do pessoal da ZN falou alto. Na estrada estávamos filmando com uma dessas câmeras, Go Pro, usadas em esportes de ação. Eu tinha uma delas presa a minha moto e conforme seguíamos íamos captando nosso grupo e a paisagem. Num determinado momento o Sergio se aproximou de mim, para mostrar uma paisagem boa para gravar, ele ficou a minha direita, um pouco para traz. Então, eu diminui a velocidade e me aproximei dele para tentar ouvi-lo, creio que ele não esperava minha aproximação e saiu rapidamente para a direita em direção ao acostamento, porém a pista não tinha acostamento. Mas a “malandragem” dos caras mais uma vez se fez presente, uma vez no mato ele manteve a calma, não usou o breque, controlou a moto, voltou a estrada e seguimos viagem. Grande linguiça!
Neptune's Net: point de Malibi

Voltamos para Big Sur, estávamos de novo seguindo a orla do Pacífico, e como é bom sentir a brisa gelada no rosto aquecido pelo sol. Entramos na área de Malibu, já era possível ver surfistas nas pequenas praias pelo caminho. Apesar do sol forte a temperatura era fria e ventava muito aumentando a sensação térmica, os surfistas pegavam ondas vestidos com neoprenes, para aquecê-los. Nós, improvisávamos nas motos, mas a cada parada era um tal de tira tudo...


Chegamos ao Neptune's Net, restaurante de beira da estrada, com ambiente bem informal, ponto de encontro de descolados da costa oeste, é comum ver entre surfistas e motoqueiros gente famosa e destaques do high society da gringolândia, não vimos ninguém ao menos que eu conhecesse. Paramos nossas motos à frente do restaurante, que devido ao grande número de motoqueiros que passa por ali, reserva uma área específica para estacionarmos nossas máquinas. Acho que nessa viagem não passei um dia sem hambúrguer, eu e meu companheiro Rodrigo, mandamos ver na iguaria. Apesar da especialidade do restaurante ser frutos do mar, que a maioria comeu, eu e o Rodrigo fomos fieis ao “Doble Chesseburguer”. Estava ótimo. Todos abastecidos seguimos viagem. Alguns quilômetros, já próximo ao centro de Malibu, uma barraca de frutas chamou a atenção de alguém do grupo, que se encontrava no fim da formação, fez um sinal aos demais e voltou até lá, dois ou três seguiram com ele, os demais pararam num dos mirantes da estrada e aguardaram. Minutos depois eles voltaram com algumas caixas com enormes morangos e cerejas doces como nunca vi. Rolou em piquenique ali mesmo. O que não conseguimos consumir ali levamos para próximo o hotel a fim de compor o Drink do Verão daquela noite.
Lá não se beb nas praias, que chato.

O caminho nos levava a Santa Monica, nosso próximo destino. A via cortava agora a área urbana de Malibu, passamos por alguns balneários e voltamos para estrada novamente. O hotel de Santa Monica era uma espécie de flet, meu apartamento tinha até churrasqueira. Houve uma ameaça de organização de um churrasco, mas foi abandonad
Super banda em Santa Mônica
a devido a complexidade da empreitada. Pagamos um taxi e fomos para o centro de Santa Monica.
Santa Monica foi unanimidade, Agradou a todos, apesar de ficarmos pouco tempo e termos saído do hotel só à noite para jantar, deu pra conhecer um pouco da cidade, que tem a vida noturna das grandes metrópoles. Próximo a um calçadão que termina num enorme shopping, com lojas das principais grifes do mundo, tem uma infinidade de bares, restaurante e pubs, todos lotados. Escolhemos um pubezinho, com mesas na calçada e demos inicio aos trabalhos. A essa altura eu já tinha preferência por algumas cervejas e comecei com a IPA da Firestone, pedimos umas asinhas de frango temperadas com muita pimenta, fato que aumentou a sede da rapaziada. Por trás das mesinhas onde estávamos, voltada para o interior do bar, havia uma enorme janela que funcionava como balcão, mas devido a estarmos ocupando a área toda o balcão ficou inutilizado. De repente, percebemos uma movimentação lá dentro, próxima a janela, era uma banda se preparando para tocar. Demos sorte, literalmente sentamos na janelinha. Os caras trouxeram teclado, bateria, baixo, guitarra, trompete, trombone e mais umas figuras que nem sei o que faziam e uma criola, gordinha, que no microfone mandava ver um repertório variado, do rock aos clássicos do funk, uma maravilha! Sabe quanto pagamos por isso? Nada, apenas o que comemos e bebemos.

Um dos molhores botecos da viagem, em Santa Mônica
Santa Monica é o termino da célebre Rota 66, que sai de Chicago, atravessa nove estados e termina em Santa Monica, são 3.755 Km.  O Sr. Google me disse que ao longo dela surgiu o conceito do fast food, a primeira loja do Mac Donalds, em São Bernardino e o primeiro drive thru, do Red’s Giant Hamburgs in Springfield, Missouri.

No dia seguinte fomos para San Diego, mas antes passamos em Los Angeles, onde devolvemos as motos, pagamos uma Van e fomos por os pés na calçada da fama.

A Saga continua.


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