sexta-feira, 7 de junho de 2013

Malacabados na Highway One (4/6)

23/05/2013 - Quarto dia...


Gostaria de ter visitado Carmel, mas não foi possível. Tínhamos data para devolver as motos e não podíamos sair muito do planejamento, o caminho agora seria sinuoso, em uma estrada estreita e perigosa, mas com paisagens paradisíacas, o que nos tomaria mais tempo. A velocidade diminuiu e as paradas para contemplar a natureza aumentaram.


O dia estava frio, porém ensolarado, eu usava capacete aberto e prevendo a queda de temperatura tratei de comprar um cachecol e um lenço, que amarrei ao pescoço e cobri o nariz, como faziam os bandidos nos velhos filmes de bang-bang. O grupo seguiu em direção a Highway One, logo no inicio da estrada aparece o primeiro “point view”, algo como nossos mirantes em áreas de descanso nas estradas. Paramos, descemos das motos, cada um com sua câmera fotográfica na mão, afoitos por registrar a primeira grande cena do nosso filme. E era bela. Que lugar bonito, a costa recortada por penhascos emolduram um oceano azul Royal que contrasta perfeitamente com o verde da vegetação que cerca o local. E, se ainda não bastasse, voltando o olhar para o continente, pode-se acompanhar o serpentear da estrada no meio das montanhas, da vontade de pegar a moto e ir atrás. E lá fomos nós, em formação Daytona - posicionamento lado a lado de forma intercalada, como as marcas de passos na areia, assim cada piloto pode enxergar duas motos a sua frente e não apenas uma –, a estrada era o que sempre sonhei. Muitas curvas de baixa e uma paisagem deslumbrante na saída da cada uma delas, pena que rodando com um grupo grande não é bom abusar da velocidade, mas é uma coisa instintiva, quando menos esperava lá estava eu acelerando e me distanciando do grupo. Na estrada cruzamos com vários grupos de motoqueiros, viajando como nós, sempre rolava cumprimentos, acenos de cabeça e coisas do gênero. Num determinado trecho da estrada o transito ficou lento, como se algo tivesse acontecido a frente, dificultado a fluidez da pista. Quando nos aproximamos percebemos que havia sido um acidente de moto, um grupo grande, acompanhado por guia e carro de apoio teve um membro acidentado e aguardava socorro. Sem poder fazer nada pelo colega seguimos
Nepenhte um perfeito mirante sobre o Pacífico

 Nova parada, mais fotos e novas paisagens, ali pude entender melhor a expressão “variação sobre o mesmo tema”, a cada parada víamos os mesmos elementos, mar, penhasco, horizonte e montanha, mas a composição que Deus preparou para aquelas cenas foi algo incrível, literalmente Divino.

Estávamos quase chegando à região do Big Sur e demos uma parada no Nepenhte, um restaurante, café e lojinha, claro. Ponto turístico de parada obrigatória. Fundado em 1949 e mantido pela família até os dias de hoje.  É um lugar elegante e cheio de charme, cravado no morro com vista para oceano. Eles montaram uma espécie de arquibancada com almofadas dispostas, para que os frequentadores sentem-se ao sol, degustem um californiano fresquinho enquanto aquecem seus corpos e refrescam a alma. O lugar tava lotado, tinha fila de espera e decidimos continuar e parar para almoçar mais à frente.
Leões Marinhos tomando sol no Point dos lobos (por que será que é dos lobos)

No caminho mais uma parada, agora era no Point dos Lobos, uma reserva de leões marinhos. A praia fica lotada deles, quando cheguei custei a acreditar no que via. É uma praia de areia molhada, cercada e entremeada por rochas, eles ficam deitados tomando sol, alguns brincam e outros dormem, eu acho. Muitas fotos e vídeos e seguimos nosso caminho, paramos para almoçar num local bem distante, eu já estava preocupado havíamos rodado muitos quilômetros e não achávamos nada na estrada. Ali era uma praia, mas da estrada não se via era necessário passar pelo restaurante e pela lanchonete para ter acesso. Tudo muito bem ajeitado, estacionamento, banheiros e, claro, lojinha. Tentamos o restaurante. Mas estava fechado, nos sobrou a lanchonete, para felicidade minha e do Rodrigo.
área do hotel, próximo ao mirante, resolvi não mostrar o mar

Chegamos a Pismo Beach, uma cidade jovem onde o pessoal pratica esportes aquáticos, o kite surf está na moda por lá, mesmo com um frio danado o povo cai na água com suas pipas para deslizar sobre o mar azul tracionado pelo vento. Chegamos ao hotel e tivemos uma surpresa, o lugar era lindo. Instalado sobre um penhasco, de todos os pontos podia-se ver o mar, a esquerda ficava a praia de Pismo Beach e a direita o recorte do continente. As instalações eram ótimas. Foi o primeiro lugar que o sinal Wi Fi era bom, consegui conexão pelo Face Time do tablet, para falar com minha família. Que delicia poder ver e falar co meus filhos e minha mulher e ainda poder compartilhar aquela paisagem maravilhosa com eles. Sensacional, como pudemos viver tanto tempo sem essa tecnologia. Desconectei com o Brasil, pois iríamos sair para a cidade, mas fiquei pensando no filme dos Jetson´s.

Pismo Beach, esse prédio a esquerda é o restaurante/bilhar 
Chamamos um taxi e fomos todos espremidos, mesmo assim o cara teve de fazer duas viagens. Éramos nove e o pessoal e grande. Essas cidades pequenas não costumam ficar acordadas até tarde, 21horas pra eles é madrugada. Pismo Beach lembra uma cidadezinha do litoral norte de São Paulo melhorada, tudo gira em torno da praia e a exemplo de outras por onde passamos o centro nervoso do local é o píer. Chagando lá demos a “volta olímpica”, achamos apenas dois estabelecimentos abertos, um muito bacana, com cara de saloon de filme de faroeste, rolava karaokê e não servia comida, apenas bebida. Muito legal, mas precisávamos comer, seguimos para o HotShots Billiards & Family Entertainment, um lugar bacana, que por fora não parece nem bar, achei que era um cinema. Na entrada tinha uma lojinha (olha ela ai de novo) de bugigangas. La dentro encontramos diversos jogos eletrônicos e uma grande área com mesas de bilhar, além do bar, claro. Uma atmosfera incrível. A cerveja era a atração principal, uma parede com diversas torneiras de onde vertiam geladas de diversas marcas. No forno, pizza com coberturas que só americanos gostam, mas tava boa (a cerveja deve ter ajudado). O grupo se dividiu, alguns mais famintos atacaram as pizzas e outros foram praticar o esporte de varetas, eu naveguei pelos dois, mas confesso que me aproximei mais das torneiras de cerveja. Fomos embora antes que varressem nossos pés, achamos um taxi e repetimos a operação, foi a primeira leva e o resto no segundo carreto.
Fomos dormir porque no dia seguinte iríamos para Santa Monica.


Clique nas fotos para ampliar











2 comentários:

  1. Caramba......mas que viagem incrível!! Imagino que nem você esperava por tantas surpresas.......legal! .....e vamos acompanhando a mais um capitulo de: "As aventuras de Renatão! hehehehe........ Norma

    ResponderExcluir
  2. Faremos um intervalo no final de semana, mas teremos histórias inéditas na próxima semana. Aguardem

    ResponderExcluir