23/05/2013 - Quarto dia...
Gostaria de ter visitado Carmel,
mas não foi possível. Tínhamos data para devolver as motos e não podíamos sair
muito do planejamento, o caminho agora seria sinuoso, em uma estrada estreita e
perigosa, mas com paisagens paradisíacas, o que nos tomaria mais tempo. A
velocidade diminuiu e as paradas para contemplar a natureza aumentaram.
O dia estava frio, porém
ensolarado, eu usava capacete aberto e prevendo a queda de temperatura tratei
de comprar um cachecol e um lenço, que amarrei ao pescoço e cobri o nariz, como
faziam os bandidos nos velhos filmes de bang-bang. O grupo seguiu em direção a Highway
One, logo no inicio da estrada aparece o primeiro “point view”, algo como nossos
mirantes em áreas de descanso nas estradas. Paramos, descemos das motos, cada
um com sua câmera fotográfica na mão, afoitos por registrar a primeira grande
cena do nosso filme. E era bela. Que lugar bonito, a costa recortada por
penhascos emolduram um oceano azul Royal que contrasta perfeitamente com o
verde da vegetação que cerca o local. E, se ainda não bastasse, voltando o
olhar para o continente, pode-se acompanhar o serpentear da estrada no meio das
montanhas, da vontade de pegar a moto e ir atrás. E lá fomos nós, em formação Daytona
- posicionamento lado a lado de forma intercalada, como as marcas de passos na
areia, assim cada piloto pode enxergar duas motos a sua frente e não apenas uma
–, a estrada era o que sempre sonhei. Muitas curvas de baixa e uma paisagem
deslumbrante na saída da cada uma delas, pena que rodando com um grupo grande
não é bom abusar da velocidade, mas é uma coisa instintiva, quando menos esperava
lá estava eu acelerando e me distanciando do grupo. Na estrada cruzamos com
vários grupos de motoqueiros, viajando como nós, sempre rolava cumprimentos,
acenos de cabeça e coisas do gênero. Num determinado trecho da estrada o transito
ficou lento, como se algo tivesse acontecido a frente, dificultado a fluidez da
pista. Quando nos aproximamos percebemos que havia sido um acidente de moto, um
grupo grande, acompanhado por guia e carro de apoio teve um membro acidentado e
aguardava socorro. Sem poder fazer nada pelo colega seguimos
Nepenhte um perfeito mirante sobre o Pacífico |
Nova parada, mais fotos e novas paisagens, ali
pude entender melhor a expressão “variação sobre o mesmo tema”, a cada parada víamos
os mesmos elementos, mar, penhasco, horizonte e montanha, mas a composição que
Deus preparou para aquelas cenas foi algo incrível, literalmente Divino.
Estávamos quase chegando à região
do Big Sur e demos uma parada no Nepenhte, um restaurante, café e lojinha,
claro. Ponto turístico de parada obrigatória. Fundado em 1949 e mantido pela
família até os dias de hoje. É um lugar
elegante e cheio de charme, cravado no morro com vista para oceano. Eles
montaram uma espécie de arquibancada com almofadas dispostas, para que os
frequentadores sentem-se ao sol, degustem um californiano fresquinho enquanto
aquecem seus corpos e refrescam a alma. O lugar tava lotado, tinha fila de
espera e decidimos continuar e parar para almoçar mais à frente.
Leões Marinhos tomando sol no Point dos lobos (por que será que é dos lobos) |
No caminho mais uma parada, agora
era no Point dos Lobos, uma reserva de leões marinhos. A praia fica lotada
deles, quando cheguei custei a acreditar no que via. É uma praia de areia
molhada, cercada e entremeada por rochas, eles ficam deitados tomando sol,
alguns brincam e outros dormem, eu acho. Muitas fotos e vídeos e seguimos nosso
caminho, paramos para almoçar num local bem distante, eu já estava preocupado havíamos
rodado muitos quilômetros e não achávamos nada na estrada. Ali era uma praia,
mas da estrada não se via era necessário passar pelo restaurante e pela
lanchonete para ter acesso. Tudo muito bem ajeitado, estacionamento, banheiros
e, claro, lojinha. Tentamos o restaurante. Mas estava fechado, nos sobrou a
lanchonete, para felicidade minha e do Rodrigo.
área do hotel, próximo ao mirante, resolvi não mostrar o mar |
Chegamos a Pismo Beach, uma
cidade jovem onde o pessoal pratica esportes aquáticos, o kite surf está na
moda por lá, mesmo com um frio danado o povo cai na água com suas pipas para
deslizar sobre o mar azul tracionado pelo vento. Chegamos ao hotel e tivemos
uma surpresa, o lugar era lindo. Instalado sobre um penhasco, de todos os
pontos podia-se ver o mar, a esquerda ficava a praia de Pismo Beach e a direita
o recorte do continente. As instalações eram ótimas. Foi o primeiro lugar que o
sinal Wi Fi era bom, consegui conexão pelo Face Time do tablet, para falar com
minha família. Que delicia poder ver e falar co meus filhos e minha mulher e
ainda poder compartilhar aquela paisagem maravilhosa com eles. Sensacional,
como pudemos viver tanto tempo sem essa tecnologia. Desconectei com o Brasil,
pois iríamos sair para a cidade, mas fiquei pensando no filme dos Jetson´s.
Pismo Beach, esse prédio a esquerda é o restaurante/bilhar |
Chamamos um taxi e fomos todos
espremidos, mesmo assim o cara teve de fazer duas viagens. Éramos nove e o pessoal
e grande. Essas cidades pequenas não costumam ficar acordadas até tarde,
21horas pra eles é madrugada. Pismo Beach lembra uma cidadezinha do litoral
norte de São Paulo melhorada, tudo gira em torno da praia e a exemplo de outras
por onde passamos o centro nervoso do local é o píer. Chagando lá demos a “volta
olímpica”, achamos apenas dois estabelecimentos abertos, um muito bacana, com
cara de saloon de filme de faroeste, rolava karaokê e não servia comida, apenas
bebida. Muito legal, mas precisávamos comer, seguimos para o HotShots Billiards
& Family Entertainment, um lugar bacana, que por fora não parece nem bar, achei
que era um cinema. Na entrada tinha uma lojinha (olha ela ai de novo) de
bugigangas. La dentro encontramos diversos jogos eletrônicos e uma grande área
com mesas de bilhar, além do bar, claro. Uma atmosfera incrível. A cerveja era
a atração principal, uma parede com diversas torneiras de onde vertiam geladas de
diversas marcas. No forno, pizza com coberturas que só americanos gostam, mas
tava boa (a cerveja deve ter ajudado). O grupo se dividiu, alguns mais famintos
atacaram as pizzas e outros foram praticar o esporte de varetas, eu naveguei
pelos dois, mas confesso que me aproximei mais das torneiras de cerveja. Fomos
embora antes que varressem nossos pés, achamos um taxi e repetimos a operação,
foi a primeira leva e o resto no segundo carreto.
Fomos dormir porque no dia
seguinte iríamos para Santa Monica.
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Caramba......mas que viagem incrível!! Imagino que nem você esperava por tantas surpresas.......legal! .....e vamos acompanhando a mais um capitulo de: "As aventuras de Renatão! hehehehe........ Norma
ResponderExcluirFaremos um intervalo no final de semana, mas teremos histórias inéditas na próxima semana. Aguardem
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