quinta-feira, 6 de junho de 2013

Momento chique da viagem: A sofisticação de Monterey (3/6)

22/05/2013 - Terceiro dia...

A essa altura os ânimos já haviam acalmado, todos estavam completamente adaptados às suas motos e o café da manhã do hotel foi muito bom, combinamos de passar por Solvang, uma cidadesinha próxima a Buelton, antes de cair na estrada. Nosso destino daquele dia era Monterey.

Solvang é conhecida como a capital americana da Dinamarca, uma cidadezinha minúscula com arquitetura típica dinamarquesa e muitas lojinhas, claro. Eles adoram lojinhas. É uma mistura de Campos do Jordão, Penedo e Monte Verde, claro que com toda a cenografia que os americanos sabem fazer. O filme “Entre umas e outras” foi rodado por lá, conta a história de um escritor fascinado por vinhos que decide dar como presente de despedida de solteiro a seu melhor amigo uma viagem pelas vinícolas do Vale de Santa Inez, naquela região. Como ainda era muito cedo não tomamos um cálice se quer, mas fiquei com uma vontade danada de voltar para degustar um legitimo californiano, numa daquelas mesinhas.  Um dia eu volto.

E vamos embora que temos um planejamento a cumprir. Todos nas motos, capacetes afivelados é hora de montar a formação e seguir vigem. Enquanto a fila formava parei ao lado da moto do Luiz Mauro. Era uma leve subida junto ao meio fio. Não sei o que aconteceu ao certo, mas, senti uma torção no joelho direito, não aguentei o peso e a moto tombou levemente sobe a GS do Luiz, que teve a perna prensada contra a guia, devido ao efeito dominó. Fazendo muita força para que a moto não tombasse, pedi socorro aos demais, que logo chegaram para aliviar o Luiz Mauro, que já reclamava de problemas na coluna e agora poderia reclamar também do pé, que ficou com um enorme hematoma.

A estrada que encaramos não tinha o padrão das anteriores, lembrava até a Anhanguera, o que fez me orgulhar das estradas paulistas, que são muito melhor sinalizadas que as americanas, se não tivéssemos o GPS seria muito difícil circular por lá. Aliás, por falar em estradas paulistas, rodamos cerca de 4000 quilômetros e não pagamos um pedágio.  Depois de algumas horas no guidão paramos em Passo Robles, para abastecer as motos e fazer mais uma boquinha. Se fossemos somar as calorias adquiridas durante a viagem, nesse momento já ultrapassaríamos os seis dígitos.
Além do forte tempero típico da região ainda tem ketchup, uma especie de maionese e o velho  barbecue

Em Passo Robles encontramos o Big Bubba BBQ, uma “churrascaria” típica da região, que tem como fonte econômica o plantio de uvas vitifiniferas e alguma criação de cavalos. Como se pode imaginar a casa era totalmente country, se os caras já exageram na cidade, imaginem com se alimenta o povo do campo. O salão de madeira rústica, com mesas idem, trazia num canto duas celas fechadas por grades, com uma mesa em cada, as pessoas comiam lá, “presas”. Confesso que tive algumas ideias para aquele cárcere. Fizemos o pedido, dividindo pratos, quando a comida chegou entendi o verdadeiro significado para palavra “junk food”. Era tudo volumoso e gorduroso. Foi servida costela bovina, costela suína, frango, cebola empanada, pão e muito molho especial, o sorriso do Rodrigo era contagiante, ele pode ficar um mês sem reposição de proteína que não fará falta e olha que o cara é atleta.
A fim de amenizar a detenção do Charles e do Mário prendemos a garçonete junto
Olha as carinhas de satisfeitos das crianças
E vamos pra estrada. Por volta das 17h chegamos em Monterey, o local é conhecido aqui devido ao 'Monterey Jazz Festival', um dos maiores festivais de jazz ao ar livre no mundo. No hotel de arquitetura e decoração vitoriana, acontecia uma degustação de queijos e vinhos e fomos convidados.  O participante mais jovem do evento era um senhor de cerca de 75 anos, trajava sapatos pretos de verniz, camisa de ceda colorida e um lenço no pescoço, ao mais fiel estilo Roger Moore em “O Espião que me Amava”, ele acompanhava uma senhora muito elegante, um ou dois anos mais jovem, com cabelos cor de rosa, nos sentamos em uma mesa próxima a deles. Imaginem, um grupo que acaba de chagar da estrada, vestidos de couro, roupas pretas, cabelos desgrenhados devido ao capacete, naquele lugar, era uma mosca no copo de leite. Ao entrarmos o ambiente ficou silencioso, voltou ao normal na medida em que baixávamos nosso tom de voz e mostramos que não ofereceríamos perigo aos demais. Alguns copos de vinho depois o tiozinho ala James Bond puxou conversa, disse que gostava de motos e queria saber de onde éramos. Tudo acabou em vinho.
Ao invés de chá o vinho das 17h

Fizemos um passeio pela cidade, que é incrível, tudo é bonito, os prédios, a paisagem as lojinhas... Ah as lojinhas...


E vamos a lojinha...
Estava muito frio, creio que foi o dia mais frio que enfrentamos. De certa forma estávamos despreparados, só havíamos levado roupas para andar de moto e convenhamos que circular pela cidade vestindo os casacos que usamos nas motos, com proteções de ombros e cotovelos,  não é algo confortável. Então... Abrimos os trabalhos: Operação 25 de março, sacola pra que te quero?

Depois de agasalhados nos fartamos do cardápio local: frutos do mar e claro, cerveja. Eles têm uma variedade enorme, acho que provei quase todas, gastei mais com cerveja que em out-lets. Voltando para o hotel paramos em um novo bar para tomar mais uma, estava frio é necessário aquecer os ossos e conhecemos o Gary, um figuraça de cerca de 60 anos, usava um paletó braço, camisa escura, calça bufante e um sapato bicolor que encantou a galera. O cara se aproximou por que usávamos coletes de moto clube e fez questão de mostrar a foto de sua HD softail, que estava no celular. Apesar dos idiomas serem diferentes falamos a
Esse foi um dos menores que ele traçou
mesma língua e assim ficamos mais um pouco e mais algumas cervejas.

No dia seginte uma visita ao aquário e ficamos impressionados não só com a beleza das águas vivas, com a coordenação do nado das sardinhas ou com o tamanho dos tubarões, mas com a estrutura do aquário, construído sobre o lugar que no passado abrigou uma fábrica de beneficiamento de sardinhas, famosa pelo filme Cannery Row, que mostra toda a pujança e tecnologia americana.
Dali seguimos sentido Carmel para encarar e sorver as delicias do o Big Sur, na lendária Haighway one. Que venham as curvas quero mais é ver pedaleira ralar.


Aquário de Monterey

Gary mostra no celular sua HD Softail

Monterey


Monterey


Marcelo, Bruçó, Gary e eu Renato

Não percam o próximo capitulo; Estará Pamela Anderson em Malibu?

Depois do almoço da um soninho...
Tomamos um chopinho só


4 comentários:

  1. Renatão...to acompanhando diariamente e curtindo mais que serie de tv Americana.
    Bem bacana....estou ancioso pela parte da Pamela

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    1. Aguarde os próximos capitulos, não estamos nem no meio da viagem. O difícil vai ser lembrar de tudo. Mas, a obra é aberta, da pra inventar um pouco.

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  2. Agora vem a melhor parte !!!!!!! vai logo com isso ai... não desanima não !!!!! KKKKKKKKKKKKKKK

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