22/05/2013 - Terceiro dia...
A essa altura os ânimos já haviam
acalmado, todos estavam completamente adaptados às suas motos e o café da manhã
do hotel foi muito bom, combinamos de passar por Solvang, uma cidadesinha
próxima a Buelton, antes de cair na estrada. Nosso destino daquele dia era Monterey.
Solvang é conhecida como a
capital americana da Dinamarca, uma cidadezinha minúscula com arquitetura
típica dinamarquesa e muitas lojinhas, claro. Eles adoram lojinhas. É uma
mistura de Campos do Jordão, Penedo e Monte Verde, claro que com toda a
cenografia que os americanos sabem fazer. O filme “Entre umas e outras” foi rodado
por lá, conta a história de um escritor fascinado por vinhos que decide dar
como presente de despedida de solteiro a seu melhor amigo uma viagem pelas vinícolas
do Vale de Santa Inez, naquela região. Como ainda era muito cedo não tomamos um
cálice se quer, mas fiquei com uma vontade danada de voltar para degustar um
legitimo californiano, numa daquelas mesinhas. Um dia eu volto.
E vamos embora que temos um
planejamento a cumprir. Todos nas motos, capacetes afivelados é hora de montar
a formação e seguir vigem. Enquanto a fila formava parei ao lado da moto do
Luiz Mauro. Era uma leve subida junto ao meio fio. Não sei o que aconteceu ao
certo, mas, senti uma torção no joelho direito, não aguentei o peso e a moto
tombou levemente sobe a GS do Luiz, que teve a perna prensada contra a guia,
devido ao efeito dominó. Fazendo muita força para que a moto não tombasse, pedi
socorro aos demais, que logo chegaram para aliviar o Luiz Mauro, que já
reclamava de problemas na coluna e agora poderia reclamar também do pé, que
ficou com um enorme hematoma.
A estrada que encaramos não tinha
o padrão das anteriores, lembrava até a Anhanguera, o que fez me orgulhar das
estradas paulistas, que são muito melhor sinalizadas que as americanas, se não tivéssemos
o GPS seria muito difícil circular por lá. Aliás, por falar em estradas
paulistas, rodamos cerca de 4000 quilômetros e não pagamos um pedágio. Depois de algumas horas no guidão paramos em
Passo Robles, para abastecer as motos e fazer mais uma boquinha. Se fossemos
somar as calorias adquiridas durante a viagem, nesse momento já ultrapassaríamos
os seis dígitos.
Além do forte tempero típico da região ainda tem ketchup, uma especie de maionese e o velho barbecue |
Em Passo Robles encontramos o Big
Bubba BBQ, uma “churrascaria” típica da região, que tem como fonte econômica o plantio
de uvas vitifiniferas e alguma criação de cavalos. Como se pode imaginar a casa
era totalmente country, se os caras já exageram na cidade, imaginem com se
alimenta o povo do campo. O salão de madeira rústica, com mesas idem, trazia num
canto duas celas fechadas por grades, com uma mesa em cada, as pessoas comiam
lá, “presas”. Confesso que tive algumas ideias para aquele cárcere. Fizemos o
pedido, dividindo pratos, quando a comida chegou entendi o verdadeiro
significado para palavra “junk food”. Era tudo volumoso e gorduroso. Foi servida
costela bovina, costela suína, frango, cebola empanada, pão e muito molho
especial, o sorriso do Rodrigo era contagiante, ele pode ficar um mês sem
reposição de proteína que não fará falta e olha que o cara é atleta.
A fim de
amenizar a detenção do Charles e do Mário prendemos a garçonete junto
|
Olha as carinhas de satisfeitos das crianças |
E vamos pra estrada. Por volta
das 17h chegamos em Monterey, o local é conhecido aqui devido ao 'Monterey Jazz
Festival', um dos maiores festivais de jazz ao ar livre no mundo. No hotel de
arquitetura e decoração vitoriana, acontecia uma degustação de queijos e vinhos
e fomos convidados. O participante mais
jovem do evento era um senhor de cerca de 75 anos, trajava sapatos pretos de
verniz, camisa de ceda colorida e um lenço no pescoço, ao mais fiel estilo Roger
Moore em “O Espião que me Amava”, ele acompanhava uma senhora muito elegante,
um ou dois anos mais jovem, com cabelos cor de rosa, nos sentamos em uma mesa
próxima a deles. Imaginem, um grupo que acaba de chagar da estrada, vestidos de
couro, roupas pretas, cabelos desgrenhados devido ao capacete, naquele lugar, era
uma mosca no copo de leite. Ao entrarmos o ambiente ficou silencioso, voltou ao
normal na medida em que baixávamos nosso tom de voz e mostramos que não ofereceríamos
perigo aos demais. Alguns copos de vinho depois o tiozinho ala James Bond puxou
conversa, disse que gostava de motos e queria saber de onde éramos. Tudo acabou
em vinho.
Ao invés de chá o vinho das 17h |
Fizemos um passeio pela cidade,
que é incrível, tudo é bonito, os prédios, a paisagem as lojinhas... Ah as
lojinhas...
E vamos a lojinha... |
Estava muito frio, creio que foi
o dia mais frio que enfrentamos. De certa forma estávamos despreparados, só havíamos
levado roupas para andar de moto e convenhamos que circular pela cidade vestindo
os casacos que usamos nas motos, com proteções de ombros e cotovelos, não é algo confortável. Então... Abrimos os
trabalhos: Operação 25 de março, sacola pra que te quero?
Depois de agasalhados nos
fartamos do cardápio local: frutos do mar e claro, cerveja. Eles têm uma
variedade enorme, acho que provei quase todas, gastei mais com cerveja que em
out-lets. Voltando para o hotel paramos em um novo bar para tomar mais uma,
estava frio é necessário aquecer os ossos e conhecemos o Gary, um figuraça de
cerca de 60 anos, usava um paletó braço, camisa escura, calça bufante e um
sapato bicolor que encantou a galera. O cara se aproximou por que usávamos coletes
de moto clube e fez questão de mostrar a foto de sua HD softail, que estava no
celular. Apesar dos idiomas serem diferentes falamos a
Esse foi um dos menores que ele traçou |
No dia seginte uma visita ao
aquário e ficamos impressionados não só com a beleza das águas vivas, com a coordenação
do nado das sardinhas ou com o tamanho dos tubarões, mas com a estrutura do
aquário, construído sobre o lugar que no passado abrigou uma fábrica de
beneficiamento de sardinhas, famosa pelo filme Cannery Row, que mostra toda a
pujança e tecnologia americana.
Dali seguimos sentido Carmel para
encarar e sorver as delicias do o Big Sur, na lendária Haighway one. Que venham
as curvas quero mais é ver pedaleira ralar.
Aquário de Monterey |
Gary mostra no celular sua HD Softail |
Monterey |
Monterey |
Marcelo, Bruçó, Gary e eu Renato |
Não percam o próximo capitulo;
Estará Pamela Anderson em Malibu?
Depois do almoço da um soninho... |
Tomamos um chopinho só |
Renatão...to acompanhando diariamente e curtindo mais que serie de tv Americana.
ResponderExcluirBem bacana....estou ancioso pela parte da Pamela
Aguarde os próximos capitulos, não estamos nem no meio da viagem. O difícil vai ser lembrar de tudo. Mas, a obra é aberta, da pra inventar um pouco.
ExcluirAgora vem a melhor parte !!!!!!! vai logo com isso ai... não desanima não !!!!! KKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirGuenta firme, que agora pegou no breu.
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